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terça-feira, 24 de maio de 2011

Doze empresas já querem produzir tablets no Brasil

Preço final pode cair entre 31% e 36% para o consumidor, promete o governo








Brasília. Doze empresas já se inscreveram para produzir tablets no Brasil. A informação foi divulgada ontem pelo ministro da Ciência e da Tecnologia, Aloizio Mercadante. São elas: Positivo, Envision, Motorola, Samsung, LG, Itautec, Sanmina, Foxconn, Compalead, Semp Toshiba, Aiox e MXT. O interesse desses fabricantes é decorrente dos benefícios fiscais anunciados pelo governo para incentivar a produção desses equipamentos no país. A primeira promessa do governo foi formalizada ontem, por meio da publicação da Medida Provisória (MP) nº 534 no "Diário Oficial da União".

A MP reduz de 9,25% para zero a alíquota de PIS/Cofins sobre tablets, o que tem um impacto direto de 31% no preço final, nas contas do ministro da Fazenda Guido Mantega. Na Semana passada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que a queda seria de 36%. A medida é a primeira providência do governo na desoneração do segmento. Nos próximos dias, deve ser publicada a portaria interministerial que formalizará a inclusão da cadeia produtiva dos tablets no Processo Produtivo Básico (PPB), o que elevará o porcentual da redução do preço dos produtos para até 36%. Os tablets serão enquadrados como "microcomputador portátil, sem teclado físico, com tela sensível ao toque". Com a criação de um enquadramento específico, terão os mesmos benefícios de isenção de PIS e Cofins aplicados para fabricação de computadores, já inseridos na Lei do Bem.

Ao passar a fazer parte do PPB, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os tablets cairá de 15% para 3% em alguns Estados. A redução do ICMS, por ser um imposto estadual, ficará a cargo de cada Estado que aderiu ao PPB. Haverá ainda redução do Imposto de Importação (II), mas os porcentuais ainda não foram informados.

Para usufruir dos benefícios, os fabricantes terão de usar, inicialmente, 20% de componentes fabricados no Brasil. Até 2014, a ideia, segundo Mercadante, é que o patamar de conteúdo local seja aumentado para 80%. "Vamos substituir as importações. Não queremos ser apenas montadores de tablets", disse.

O ministro comparou o processo de produção de tablets no Brasil ao setor automobilístico. "Esperamos que aconteça com os tablets o que ocorreu no setor automobilístico: as montadoras trouxeram o resto", disse. A taiwanesa Foxconn, que produzirá iPhones e iPads no Brasil, segundo Mercadante, fará a integração vertical de toda a cadeia e, até o final de julho, deve iniciar a produção de tablets no país. A previsão de Mercadante é que até outubro entre em funcionamento uma fábrica de semicondutores no país.

Outra vantagem da produção local de tablets, destacou o ministro, é a redução do déficit da balança comercial na área de equipamentos de informática, que hoje está na casa dos US$ 11,5 bilhões. 


Expectativa
Preço deve começar a cair em setembro
O consumidor deve começar a encontrar tablets com preços menores a partir de setembro. O professor de planejamento tributário da Trevisan Escola de Negócios, Fábio Garcia da Silva, explica que este é o tempo para que as empresas se adequem às normas, como ter 20% de componentes produzidos no Brasil, e também para que novas empresas iniciem a produção no país. Ele diz que, atualmente, o país produz poucos componentes e que essa fabricação deve aumentar gradativamente. "Produzimos componentes plásticos, por exemplo, mas não os eletrônicos. Se conseguirmos atrair, por exemplo, um fabricante de telas, seria ótimo", afirma.

Na avaliação do especialista, as medidas foram acertadas e devem tornar o Brasil atrativo para as empresas. "Vai ficar muito atraente produzir aqui tanto para abastecer o mercado interno, quanto para exportar para a América do Sul", afirma.

O professor afirma ainda que a renúncia fiscal pode resultar em aumento de arrecadação, com mais gente comprando tablets no mercado interno. "Hoje, muitos compram quando viajam para o exterior ou em sites de anúncio, deixando o governo brasileiro sem arrecadação", diz. (Ana Paula Pedrosa)

Pesquisa
Hábito de uso. Segundo a Nielsen, os tablets sãos mais usados: para ver TV; enquanto está deitado na cama; com amigos/família; no banheiro; em reuniões
Avanço
Mercado de Smartphones cresce 85%
SÃO PAULO. No primeiro trimestre deste ano foram vendidos 427,8 milhões de dispositivos móveis de comunicação para usuários finais, um aumento de 19% em relação ao mesmo período de 2010. Desses aparelhos, 23,6% são smartphones – segmento que viu um expressivo aumento de 85% no número de unidades vendidas, alcançando quase 100,8 milhões no primeiro trimestre de 2011.

A venda de smartphones poderia ser ainda maior, mas o mercado acredita que alguns consumidores decidiram esperar pelo lançamento de aparelhos mais sofisticados que foram anunciados justamente durante o período da pesquisa.

No mercado de celulares em geral, a líder Nokia continua a perder terreno – teve queda tanto no número absoluto de unidades vendidas (107,6 milhões contra 110,1 milhões) quanto em fração do mercado (25,1% contra 30,6%).
Novidade
Vendas do iPad 2 devem começar na sexta-feira
SÃO PAULO. O iPad 2, da Apple, deve chegar ao varejo brasileiro na próxima sexta, dia 27. Os aparelhos já estão nos estoques dos varejistas para que a comercialização comece ainda de madrugada, como aconteceu com a primeira versão do iPad. A expectativa é que as vendas aconteçam nos canais on-line e no varejo físico. A assessoria da Apple não foi localizada para comentar sobre o lançamento.

A informação da chegada do iPad 2 ao varejo coincide com a publicação da medida provisória de desoneração para os tablets produzidos no Brasil, publicada ontem.

Com o tratamento tributário especial, o custo do tablet brasileiro vai se equiparar ao importado, diz o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Com isso, o custo dos tablets no Brasil fica igual ao custo do tablet feito lá fora, de modo que torna o Brasil atraente para fabricação", afirmou.

Mantega afirmou ontem que a isenção fiscal dos tablets irá colocar o Brasil em igualdade com outros países, além de tornar o país atraente para a fabricação desses componentes.

Publicado no Jornal OTEMPO em 24/05/2011

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