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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Deixar o dinheiro aplicado é mais vantajoso que comprar



Crédito imobiliário mais fácil fez preço de apartamentos e de casas disparar
LETICIA VILLAS
O crédito está mais fácil e, em decorrência disso, a procura por aquisição de imóveis está alta e força uma valorização grandiosa das unidades habitacionais. Por isso, pagar os juros praticados nos financiamentos imobiliários pode não ser um bom negócio. Segundo o coordenador do MBA em Negócios Imobiliários da FGV/IBS, Pedro Seixas, fazendo um análise a frio, alugar é um negócio melhor do que comprar. "Os juros que são pagos hoje em um financiamento imobiliário são muito altos se comparados ao valor pago pelo aluguel de um imóvel residencial", diz.
O economista da Tendências Consultoria, Sílvio Campos Neto, concorda e acrescenta. "Hoje, estimular o financiamento imobiliário é uma política de governo. Acredito que, em dois ou três anos, não haverá mais recursos na poupança para esse tipo de empréstimo", diz. Pedro Seixas faz as contas. "O valor do aluguel corresponde a cerca de 0,5% do valor do apartamento. É muito fácil conseguir um rendimento acima disso no mercado, que hoje em dia é o que paga a poupança".
É assim que pensa o administrador de empresas Guilherme Baeta. "Fiz as contas. O aluguel de um imóvel de R$ 450 mil custa hoje cerca de R$ 1.500. Esse dinheiro investido a 0,7% rende R$ 3.150 ao mês. Dá para pagar o aluguel e ainda ficam R$ 1.650 de troco, que paga todas as despesas do imóvel e ainda sobra", afirma.
Mesmo com o reajuste alto dos aluguéis nos últimos 12 meses, que ultrapassou o valor da inflação, Baeta acredita que continua valendo a pena. Ele deixa o dinheiro que poderia aplicar na compra de um imóvel no banco em uma aplicação que rende mais do que o valor que paga hoje de aluguel em um apartamento no bairro Sion, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Sílvio Neto explica que os juros para financiamento de um apartamento hoje giram em torno de 10% ao ano. "Por isso, se a pessoa possui parte do recurso e vai financiar o resto, a conta tem que ser muito bem feita. Na aplicação, há cobrança de taxa de administração e imposto de renda, o que pode torná-la mais cara".
Segurança
Tradição. Especialistas explicam que, no raciocínio dos brasileiros, o aluguel entra como despesa e o financiamento entra como investimento. A meta dos brasileiros é sempre sair do aluguel e o governo incentiva.
Emocional
Decisão deve levar em conta outros fatores da família
O coordenador do MBA em Negócios Imobiliários da FGV/IBSS, Pedro Seixas, explica, porém, que essa é uma análise fria, feita levando-se em conta somente o ponto de vista financeiro. "Se olharmos assim, claro que o aluguel é muito mais interessante", diz, citando o valor de 0,5% do valor do imóvel cobrado normalmente nesse tipo de negócio e comparando com as taxas de rendimento conseguidas em instituições bancárias.
Ele explica ainda que comprar um imóvel deixa o valor "preso". Se for preciso usar o dinheiro para alguma coisa urgente, vai ser difícil conseguir vender o apartamento ou casa rapidamente e ainda corre-se o risco de vendê-lo por um valor abaixo do mercado. "O rendimento desse valor na poupança pode pagar o aluguel e o dinheiro fica disponível para emergências, não está imobilizado", afirma.
"Além disso, é preciso analisar se, com o valor disponível, é viável alugar imóvel de igual qualidade ao que se pretende comprar, por custo razoavelmente menor", continua o professor.
Mas, nessa decisão, também está envolvido o planejamento familiar. "O momento que a pessoa está passando na vida influencia muito. Um casal que acabou de se casar, por exemplo, tem que analisar se já tem condições de comprar um imóvel no qual vai querer passar o resto da sua vida. É preciso haver um bom planejamento e contas bem feitas para tomar uma decisão", finaliza. (LV).
Publicado no Jornal OTEMPO em 09/05/2011

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