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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Preparo para o fim do mundo conta com rituais e festas


Há quem estoque alimentos no país, reúna grupos e fale sobre extraterrestres

Seja um dia comum ou parte de crenças, amanhã chega o tão comentado 21 de dezembro de 2012, uma data marcada no imaginário pela ideia de um possível fim do mundo. Entre análises e controvérsias das profecias do calendário maia e muitas outras, há quem se mobilize para a chegada desse dia, preparando um ritual espiritual ou apenas organizando uma festa bem-humorada.
No cinema. Cena de "2012", filme norte-americano que tem como argumento o fim do mundo apregoado pelo calendário maia

Em países da Ásia, como Japão e Índia, a ocasião virou motivo de confraternização, assim como em Hong Kong, onde há até restaurantes brincando com cardápios especiais. Alguns estabelecimentos prometem até não cobrar a conta, caso o fim se concretize.

No México, em celebração à chegada de uma nova era, está prevista a inauguração do "Santuário da Esperança", em Puerto Morelos, perto de Cancún.

Já na Argentina, autoridades fecharam os acessos ao monte Uritorco, tradicional área de meditação na província de Córdoba, por temerem um suicídio em massa por causa da profecia. Cerca de 15 mil pessoas vão estar hospedadas próximas ao monte, onde são realizadas práticas esotéricas.

Brasil. Há que esteja estocando alimentos para que nada falte durante o "apocalipse". São pessoas comuns, moradoras de todas as partes do país. Em Rondônia, por exemplo, um grupo de pessoas lideradas pela vidente Eunice Coelho guarda livros, remédios, roupas e alimentos em um abrigo secreto em Porto Velho.

Em Goiás, a cidade de Alto Paraíso (a cerca de 250 km de Brasília) será o ponto escolhido por milhares de pessoas - muitos turistas -, que querem acompanhar a misticidade da região durante esse período emblemático. Há relatos de que a cidade seja um dos pontos mais seguros para o fim dos tempos, devido à altitude (1.300 m), à localização na Chapada dos Veadeiros e por estar situada sobre uma grande placa de cristal.

Já no Rio Grande do Sul, cerca de 20 pessoas vão se reunir entre montanhas e cachoeiras em um sítio próximo a Canela, na Serra Gaúcha, para acompanhar o 21 de dezembro. O grupo Movimento Mundial da Paz e Mudança para o Sincronário, porém, não aposta no fim dos tempos, mas acredita no "fim de um ciclo", uma interpretação que, segundo especialistas, foi a mais próxima à mensagem dos maias. Para o grupo no Sul do país, será um momento marcante de evolução do espírito.

Mas, na visão de um morador do bairro Leblon, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, a data será lembrada como o dia em que nos tornaremos extraterrestres. "Vamos deixar de ser terrestres. O Brasil foi colonizado por Portugal, então éramos portugueses. A Terra foi uma colônia marciana", explica Walmir de Souza Marques, 54, dedetizador, que afirma ser embaixador cósmico.
Ambiente influencia as atitudes
O comportamento das pessoas é muito baseado naquilo que o ambiente oferece a elas, segundo a terapeuta comportamental Sônia dos Santos Castanheira, professora aposentada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Muita gente é influenciável, fica preocupada", comenta, sobre as lendas do fim do mundo.

A especialista lembra, porém, que o apocalipse é retratado desde o início dos tempos por religiões e crenças. "O fim do mundo nunca aconteceu. Tsunamis e terremotos têm influência do homem. Estamos acabando com a Terra, poluindo mares e rios, o aquecimento (do clima) é evidente", destaca.

Além disso, o medo do fim dos tempos é algo relativo à criação de cada um, explica a terapeuta. "Cada pessoa tem uma história ligada ao medo. Se ela foi criada em um ambiente em que tudo é perigoso, essa pessoa está sofrendo", diz.

"Quem leva (a profecia do fim do mundo) de forma mais amena e equilibrada está trabalhando e viajando. São pessoas donas do próprio destino, não estão nem aí", fala. (AJ)
Publicado no Jornal OTEMPO em 20/12/2012


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