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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ameaça de devolução de presos

















Insatisfeitos com reajuste escalonado, PMs, bombeiros e civis se mobilizam 
 
A proposta de reajuste salarial escalonado até 2015, de 97%, para policiais militares, bombeiros e policiais civis de Minas Gerais foi mal recebida pelas categorias, que prometem novas manifestações hoje. Em negociação paralela com o governo, delegados ameaçam tomar uma medida extrema, caso não tenham suas reivindicações atendidas: encaminhar os presos instalados irregularmente em delegacias para as penitenciárias.

Segundo o diretor do Sindicato dos Delegados de Polícia de Minas Gerais (Sindepominas), Ronaldo Cardoso, cerca de 8.500 presos estão detidos em carceragens improvisadas de delegacias em todo o Estado. "Temos delegados trabalhando como carcereiros. Em 15 dias, devemos enviar uma notificação ao Estado sobre a entrega dos presos às penitenciárias", explica Cardoso. Minas Gerais tem um déficit de 12 mil vagas.

Os delegados exigem equiparação do salário inicial, de R$ 5.700, com o de defensor público (R$ 8.000). Ontem, após reunião, eles saíram em passeata pelas ruas do centro até a Assembleia Legislativa. A Secretaria de Estado de Defesa Social informou que só irá se pronunciar depois que os delegados fizerem a notificação.

Hoje, PMs, bombeiros e policiais civis organizam várias manifestações em diferentes pontos de Belo Horizonte. O objetivo, segundo os representantes dos sindicatos, é chamar a atenção do governo e da população sobre as perdas salariais.

Em assembleia na praça da Liberdade, à tarde, os policiais irão apreciar a proposta de aumento salarial escalonado, apresentada anteontem pela Secretaria de Planejamento e Gestão. O aumento concedido pelo governo, dividido em seis vezes, prevê, na primeira parcela, 7% de reajuste e, na última, 15%, quando o salário base chegará a R$ 4.000.

Para o vice-presidente da Associação dos Praças e Policiais e Bombeiros Militares (Aspra-MG), cabo Marco Antônio Bahia Silva, apesar de os militares terem conquistado o aumento no piso salarial, o reajuste seria incorporado pela categoria no fim dos quatro anos. "O governo fala que dará 7% em dezembro deste ano, mas só receberemos em janeiro de 2012", disse.

Para o presidente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo, tenente Dirceu Cardoso, a proposta mantém a defasagem salarial. "O governo utiliza do artifício de que esses servidores não podem ficar de greve e impõe reajuste que não os favorece", avaliou.

Desvalorização
Economista critica falta de correção inflacionária
O escalonamento em quatro anos do reajuste de 97% de PMs e policiais civis pode representar, no fim do período, em mais perdas. É o que afirma o doutor em economia do Ibmec Márcio Salvato. Segundo ele, o aumento deveria considerar também a inflação do período.

"É preciso que seja considerado essa inflação para que a defasagem não seja alta", disse. Para o economista, a falta de reajuste nos salários pode favorecer a busca por uma renda paralela e, em casos extremos, propiciar a corrupção", afirma Salvato.

Além do reajuste salarial, os policiais civis também pedem por melhores condições de trabalho. Para a categoria, o aumento atende apenas a uma parte das reivindicações. "Pedimos aumento no quadro de funcionários e melhores condições de trabalho, e isso até agora não foi apresentado", disse o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindipol), Denilson Martins. (GS)
Educação no Estado para em 4.496 escolas a partir de hoje
Professores da rede pública estadual entram em greve, a partir de hoje, em todas as 4.496 escolas de Minas Gerais. A paralisação, segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), é uma resposta aos baixos salários e ao descumprimento do governo do Estado em implantar o piso salarial nacional de R$ 1.597 (para 24 horas de trabalho).

Professores cobram ainda a regularização dos direitos dos efetivados. "Até o momento, não tivemos nenhuma sinalização do governo. Vamos ficar em greve até que as negociações comecem", disse a coordenadora geral do Sind UTE, Beatriz Cerqueira.

Hoje, a categoria se reúne na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte. (GS)
 
Publicado no Jornal OTEMPO em 08/06/2011

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